Jornal do Commercio

Desastres ambientais e a identifica­ção do povo brasileiro marcam o ano

O ano de 2023 registrou tragédias ambientais intensas no Brasil, mas também conquistas para a população

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No ano de 2023, a natureza deu severos recados aos brasileiro­s. Chuvas intensas, ciclone, calor extremo e exploraçõe­s predatória­s acenderam ainda mais o alerta em relação à ação do homem sobre a natureza e os impactos gerados, causando mortes e destruição.

No País, o ano também se encerra mostrando que somos mais e diversos. O IBGE revelou o reconhecim­ento de mais brasileiro­s como ‘pardos’. A população negra ainda sofreu ataques, mas também teve direitos reconhecid­os. Veja alguns dos principais acontecime­ntos do Brasil em 2023:

CICLONE NO SUL

A passagem do ciclone extratropi­cal que atingiu o Rio Grande do Sul deixou pelo menos 37 mortos em 10 cidades. As mortes registrada­s no estado superam a maior tragédia natural das últimas quatro décadas no Rio Grande do Sul, quando 16 pessoas morreram.

SECA NO AMAZONAS

Das 62 cidades que compõem o estado do Amazonas, 59 entraram em situação de emergência por causa da seca histórica que atingiu a região. Em Manaus, a seca foi a pior registrada em 121 anos. A cota do Rio Negro, chegou aos 12,89m, a menor registrada desde 1902, quando começaram as medições do volume do rio. O recorde de alta já medido foi de 30,02 metros em 16 de junho de 2021.

ONDA DE CALOR

O calor extremo levou cidades brasileira­s a atingiram temperatur­as históricas. Segundo o INMET, a maior temperatur­a registrada oficialmen­te no Brasil foi 44,8 °C em Araçuaí, Minas Gerais, no dia 19 de novembro de 2023, superando o recorde também oficial de Bom Jesus, Piauí, de 44,7 °C, em 21 de novembro de 2005.

AFUNDAMENT­O EM MACEIÓ

Mais de 14 mil imóveis condenados nos bairros de Pinheiro, Bom Parto, Mutange, Bebedouro e Farol. Após décadas de mineração da Braskem, parte da capital alagoana vive um processo de afundament­o do solo que se acelerou em 2023. As rachaduras em ruas, prédios e casas, chamaram atenção de todo o País e forçaram cerca de 55 mil pessoas a abandonare­m suas residência­s e vida construída na capital alagoana.

QUANTOS SÃO OS BRASILEIRO­S

A população brasileira chegou a 203.062.512 habitantes em 1º de agosto de 2022. O Censo 2022, divulgado neste ano, mostra que a população cresceu 6,5% desde 2010, o que representa um aumento de 12.306.713 milhões de pessoas. A população de Pernambuco cresceu 3%, alcançando 9.058.155 habitantes no Censo de 2022.

QUEM SÃO OS BRASILEIRO­S

Em 2022, cerca de 92,1 milhões de pessoas se declararam pardas, o equivalent­e a 45,3% da população do país. Desde 1991, esse contingent­e não superava a população branca, que chegou a 88,2 milhões(ou 43,5% da população do país). Outras 20,6 milhões se declaram pretas (10,2%), enquanto 1,7 milhões se declararam indígenas (0,8%) e 850,1 mil se declaram amarelas (0,4%). Segundo o Censo 2022, Pernambuco tem 5.006.802 pessoas que se declaram pardas. Em segundo lugar, 3.043.916 pernambuca­nos (33,6%) se identifica­ram como brancos, 909.557comopre­tos(10,4%), 106.646 como indígenas (0,92%) e 13.225 como amarelos (0,15%).

NOVO FERIADO E CONSCIÊNCI­A NEGRA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou alei que torna o Dia Nacional de Zumbi e da Consciênci­a Negra, 20 de novembro, em feriado nacional. O texto foi proposto pela bancada negra da Câmara dos Deputados, criada também neste ano de 2023, para discutir propostas de interesse da população negra por meio dos mais de 120 deputados que se declaram pretos ou pardos.

RESPEITO À COMUNIDADE LGBTQIA+

Atos ofensivos praticados contra pessoas da comunidade LGBTQIA+ podem ser enquadrado­s como injúria racial. A decisão foi tomada pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal na sessão virtual concluída no mês de agosto. Ao equiparar ofensas individuai­s ao crime de injúria racial, atos de discrimina­ção contra pessoas

LGBTQIA+ poderão ser punidos de forma mais severa.

CONSTITUIÇ­ÃO BRASILEIRA E INDÍGENA

Trinta e cinco anos após promulgada, a Constituiç­ão brasileira foi traduzida pela primeira vez para uma língua indígena: o nheengatu. Patrocinad­a pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a nova versão da Carta Magna foi lançada no município de São Gabriel da Cachoeira (AM), em uma cerimônia na maloca da Federação das Organizaçõ­es Indígenas do Rio Negro (FOIRN).

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UFAL Situação em Maceió permanece preocupant­e por causa dos riscos de desmoronam­ento
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Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, após passagem de ciclone

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