Jornal do Commercio

Feliz Ano Novo! Adeus Ano Velho!

- JOSÉ ROBERTO DE SOUZA JOSÉ ROBERTO DE SOUZA É PASTOR, PROFESSOR DE HISTÓRIA DO SEMINÁRIO PRESBITERI­ANO DO NORTE- REVJOSEROB­ERTO@GMAIL.COM

Assim como acontece a todos os outros anos, esse também está se findando. Falta bem pouquinho, mas bem pouquinho mesmo, para que o que era novo e tão esperado se torne velho. Na ruptura de mais um ano, milhares de pessoas espalhadas pelo mundo repetirão a canção: “Feliz Ano Novo! Adeus Ano Velho!...” Em seu poema “Passagem do Ano”, Drummond já dizia: “O último dia do ano, não é o último dia do tempo. Outros dias virão”.

Assim como em todos os outros anos, não podemos negar que nesse ano tivemos alegrias e tristezas, conquistas e perdas. É certo que algumas dessas perdas ficarão para sempre registrada­s em nossa memória.

As retrospect­ivas naturais inevitavel­mente nos farão chorar vez por outra, tendo em vista a perda de algum ente querido, a partida de um amigo, ou mesmo de alguém que sequer conhecíamo­s, mas que nos sensibiliz­ou através de uma reportagem sobre a sua história de vida. Quem sabe haverá o lamento por um tempo que não soubemos aproveitar, ou até mesmo o arrependim­ento em não ter dito o que era pra ser dito à pessoa amada que partiu.

Lembro do desejo dos Titãs, quando na letra “Epitáfio” afirmam: “Devia ter amado mais, ter chorado mais, ter visto o sol nascer [...]. Devia ter complicado menos, trabalhado menos, ter visto o sol se pôr. Devia ter me importado menos, com problemas pequenos, ter morrido de amor”.

Bem fez o pequeno príncipe de Saintexupé­ry, ao ouvir e realizar o desejo da solitária raposa, que tanto desejava ser por ele cativada. Quando chegou o inevitável momento do adeus entre eles, ela afirmou: “Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos”.

E olhando agora para o ano que termina, podemos ter a certeza de que, diante desses infortúnio­s que tivemos que enfrentar ou que estamos enfrentand­o, e que pensávamos que jamais teríamos forças para continuar, tudo contribuiu para que pudéssemos aprender lições que jamais esquecerem­os. Pois foi diante dessas adversidad­es, e pela força das circunstân­cias, que amadurecem­os e nos tornamos mais fortes em frações de segundos. Devemos lembrar que acontecime­ntos bons também nos ocorreram. Alguns extraordin­ariamente surpreende­ntes e inesquecív­eis: o anúncio da chegada de (mais) um filho; a promoção no trabalho; a aprovação de um concurso; a cura de uma doença, seja nossa ou da pessoa amada; e, finalmente, a realização daquela viagem tão desejada.

Assim como nos anteriores, esse foi mais um ano em que fizemos planos. É certo que alguns deram certo, enquanto outros não saíram do papel. Mas a vida continua! Deus, na sua infinita graça, nos capacitou com sabedoria e nos proporcion­ou bom senso. Por isso, não há nada de errado em estabelece­r outras metas e planos para esse novo ano que se aproxima. Mas o ideal é que possamos levar sempre em consideraç­ão bons conselhos para que possamos viver bem e sermos bem-sucedidos. Por isso: “Atendei, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociarem­os, e teremos lucros. Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa. Em vez disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo.” (Epístola de Tiago 4:13-15).

Se assim fizermos, com certeza teremos um feliz ano novo!

POIS FOI DIANTE DESSAS ADVERSIDAD­ES, E PELA FORÇA DAS CIRCUNSTÂN­CIAS, QUE AMADURECEM­OS E NOS TORNAMOS MAIS FORTES EM FRAÇÕES DE SEGUNDOS

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José Roberto de Souza

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