Jornal do Commercio

Central sindical Argentina convoca dia de greve geral

O decreto de Milei contempla a revogação ou modificaçã­o de mais de 300 leis com o objetivo de afetar de forma significat­iva a economia

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Aprincipal central sindical da argentinaa­nunciou ontem a primeira greve geral contra o governo ultraliber­al de Javier Milei, marcada para 24 de janeiro. apara lisaçãoé em protesto às reformas econômicas­e trabalhist­as que limitamo poder dos sindicatos e ampliamos poderes demi lei.

A greve foi acordada pelos líderes da Confederaç­ão Geral do Trabalho (CGT), que também convocaram uma mobilizaçã­o de seus afiliados em direção ao Congresso no mesmo dia. Segundo Héctor Daer,secretário-geraldacgt, o decreto e os projetos de lei do presidente visam desregular­a economia argentina e concentrar­iam nas mãos do presidente “a soma do poder público”.

VOTAÇÃO DE MUDANÇAS

A data escolhidaé­a véspera do dia previsto pelo governo para que as mudanças sejam votadas. Trata-se da convocação de greve mais rápida contra um governo na Argentina, superando a paralisaçã­o contra fernando de la Rua, em 2000, após 77 dias de governo. Milei tem 18 dias à frente da presidênci­a argentina.

O anúncio da greve surgiu enquanto novos protestos contra Milei estavam em andamento em Buenos Aires. No dia 27, os manifestan­tes marcharam até os tribunais da capital argentina em apoio a uma ação judicial contra o decreto, considerad­o inconstitu­cional, e houve confronto com a polícia. Enquanto isso, Milei entregava ao Congresso um projeto de lei que ampliava seus poderes, que também é criticado pelos sindicatos e movimentos sociais argentinos.

DECRETO DE MILEI

O decreto de Milei contempla a revogação ou modificaçã­o de mais de 300 leis com o objetivo de afetar de forma significat­iva a economia argentina. Segundo o presidente, as reformas são necessária­s para diminuir o poder do Estado, que ele julga responsáve­l pelos problemas da Argentina nos últimos 100 anos.

No campo trabalhist­a, o pacote de medidas introduz mudanças que desafiam o poder sindical e alteram a legislação que até então beneficiav­a os trabalhado­res. Por um lado, limita o direito à greve em atividades essenciais, como serviços hospitalar­es, educação e transporte, e abre caminho para novos métodos de indenizaçã­o que facilitari­am as demissões.

Também permite que os trabalhado­res enviem suas contribuiç­ões diretament­e a prestadore­s de saúde privados, em vez de o fazerem por meio de obras sociais sindicais, como era feito até agora, impactando uma fonte importante de recursos para o setor.

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LUIS ROBAYO / AFP Manifestaç­ões estão sendo convocadas mesmo com restrições impostas por Milei

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