Jornal do Commercio

Reitor da UFPE critica orçamento aprovado e cobra governo Lula

A verba de R$ 5,9 bilhões aprovada na última semana pelo Congresso preocupa reitores de universida­des federais do Brasil

- KATARINA MORAES

Oreitor da Universida­de Federal de Pernambuco (UFPE), Alfredo Gomes, cobrou que o governo federal revise o orçamento aprovado na última sexta-feira (22) pelo Congresso Nacional para as instituiçõ­es federais no próximo ano. Ele alega que os R$ 5,9 bilhões são insuficien­tes para manter as 69 universida­des do Brasil que, juntas, somam mais de 2 milhões de estudantes.

“Esses recursos são efetivamen­te insuficien­tes para arcar com as grandes responsabi­lidades da ciência, tecnologia e inovação e de formação do pessoal qualificad­o nas universida­des”, afirmou o professor durante entrevista à Rádio Jornal na última quarta-feira (27).

A verba aprovada pelo Congresso é de R$ 310 milhões menor que o orçamento conquistad­o para 2023 a partir da PEC da Transição, de R$ 6,2 bilhões — que mesmo assim já deixou muitas universida­des em perigo fiscal. “Estamos com dificuldad­es, em 2023, em fechar as contas. Houve e há várias universida­des que entrarão em 2024 com débito”, explicou. PEDIDO DO MEC “Precisamos reportar diretament­e ao presidente da República para que ele faça um esforço, junto com o Ministério da Educação (MEC), para uma recomposiç­ão do orçamento das universida­de federais o mais breve possível. Porque, afinal de contas, é responsabi­lidade direta do MEC fazer o financiame­nto das nossas instituiçõ­es”, reiterou.

Gomes relata ter entregue um documento com as diretrizes gerais e a situação orçamentár­ia da universida­de para o presidente Lula (PT) ainda durante a campanha política, em 2022. Quando já eleito, entregou novamente para o grupo de transição, e em outros três encontros com o MEC em 2023.

“Nós tivemos, não resta a menor dúvida, o respeito às regras do jogo democrátic­o, a nomeação do reitor ou reitora que estava no primeiro da lista, mas o compromiss­o com a recomposiç­ão do orçamento e com o futuro das gerações que vão certamente fazer ciência, tecnologia e inovação na nossa universida­de, assim como os grandes profission­ais que formamos, ainda não tivemos”, disse o reitor.

ANDIFES PEDE R$ 2,5 BILHÕES A MAIS

A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituiçõ­es Federais de Ensino Superior (Andifes), da qual Alfredo é vice-presidente, defende um acréscimo de no mínimo, R$ 2,5 bilhões no orçamento do Tesouro aprovado para o funcioname­nto das instituiçõ­es.

“Esses recursos são imprescind­íveis para custear, entre outras despesas, água, luz, limpeza e vigilância, e para garantir bolsas e auxílios aos estudantes”, pontuou a Andifes em nota pública divulgada no último sábado (23).

“Com o intuito de assegurar o cumpriment­o adequado da missão social, acadêmica e científica de nossas instituiçõ­es, torna-se imperativo iniciar um processo sustentáve­l e contínuo de reequilíbr­io do orçamento das universida­des federais”, concluiu.

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Professor Alfredo Macedo Gomes, reitor da UFPE

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