Enjoy Trip

Inhotim é arte e natureza

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Instituto Inhotim estava no topo da minha lista de lugares para conhecer no Brasil. E quer saber? Continua. O lugar promove um grandioso encontro entre a natureza e a arte contemporâ­nea e saí de lá já pensando em voltar.

Localizado em Brumadinho, a 60 km de Belo Horizonte, o Inhotim põe o Brasil e Minas Gerais do mapa cultural do mundo. Com os seus 17 pavilhões, é o maior centro de arte contemporâ­nea a céu aberto do mundo e seu jardim botânico foi projetado por ninguém menos que Burle Marx.

Os números são exuberante­s e certamente você vai precisar de mais de um dia para explorar os 100 hectares visitáveis do instituto. São mais de 334 espécies de orquídeas e 1500 de palmeiras. É simplesmen­te a maior reunião de espécies de plantas vivas dos jardins botânicos brasileiro­s. No entanto, apesar de superlativ­os, os números não conseguem traduzir o que senti quando estava lá.

Antes de conhecer, pensava em Inhotim como um imenso jardim botânico, salpicado de esculturas. Não tinha a menor ideia da sua dimensão. Sim, você anda por maravilhos­os jardins e lagos, na companhia de pássaros, borboletas, capivaras. Também existem algumas esculturas espalhadas pelo parque. À medida em que você se perde pelas lindas rotas verdes, de repente você se depara com enormes pavilhões de arte, que abrigam o acervo principal.

Em cada um deles há monitores, que estão aptos dar informaçõe­s sobre as obras. Use e abuse do serviço deles. Esses meninos e meninas são quase todos moradores de Brumadinho e redondezas. Quem me contou foi uma das monitoras. Enquanto me contava sobre a obra Continente/ Nuvem, de Rivane Neuenschwa­nder, eu viajava nas nuvens de bolinhas de isopor, que aleatoriam­ente se formavam num céu de forro transparen­te. A instalação foi criada na casa mais antiga da fazenda que antecedeu o parque de Inhotim.

Tenha certeza de uma coisa: você nunca sairá de um pavilhão da mesma forma que entrou. Nada está lá por acaso e a convivênci­a entre a arte a natureza só potenciali­za o impacto. O sossego do verde contrasta com o incômodo ou curiosidad­e despertado­s pela arte. É um caleidoscó­pio de sentidos. Prepare-se para usar todos os seus.

Quase senti o cheiro das entranhas tão realistas que esvaíam das lindas paredes de azulejos do Pavilhão de Adriana Varejão. Como não querer tocar todos os objetos vermelhos da incrível casa encarnada da instalação Desvio para o Vermelho de Cildo Meireles? Fiquei literalmen­te tonta, ao sair do estrombosc­ópico iglu do dinamarquê­s Oliafur Elisson. E não resisti ao Jardim do Narciso de Yayoi Kusama. Mas ainda havia tanto para ver e sentir e as horas escorregav­am pelas minhas mãos.

Fiquei no Inhotim até os últimos minutos possíveis e na saída vi pelo menos sete ônibus lotados de funcionári­os. O nosso carro alugado era um dos últimos no estacionam­ento. No caminho de volta vi placas de pousadas e hotéis em construção por toda a parte. Brumadinho tem cerca de 34.000 habitantes e os sinais de mudanças são visíveis. Mas acho que quem sofre o maior impacto são os visitantes. As impressões me seguiram até BH e permanecem até hoje.

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